21 Julho '25
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Sabe o que têm em comum os camiões gigantes que percorrem a Europa, os navios que transportam mercadorias entre continentes e as modernas instalações industriais? Cada vez mais, o GNL. O gás natural liquefeito está a conquistar novos setores, oferecendo uma alternativa real aos combustíveis fósseis tradicionais, como o gasóleo.
Numa era de crise energética, preços crescentes dos combustíveis e pressão para reduzir as emissões de dióxido de carbono, o GNL – ou Gás Natural Liquefeito – é mais do que apenas uma sigla na moda. É um combustível que está a mudar as regras do jogo no transporte, incluindo o rodoviário.
Mas o que é realmente esse «gás natural liquefeito»? Por que o seu uso está a ganhar importância tão rapidamente? E será que realmente compensa? Neste artigo, analisamos o GNL em detalhes, sem rodeios, mas com fatos concretos. Pronto? Então vamos lá.
LNG, ou Gás Natural Liquefeito, nada mais é do que gás natural na forma líquida. Mais especificamente: metano que foi resfriado a uma temperatura extremamente baixa – cerca de -162 °C. A essa temperatura, o gás passa para a fase líquida e o seu volume reduz-se até 600 vezes. Parece magia? É mais física aplicada na sua forma mais pura.
Este processo é chamado de liquefação do gás natural e permite um armazenamento e transporte muito mais conveniente, especialmente em longas distâncias. Graças a isso, o GNL pode ser transportado para locais onde os gasodutos tradicionais não chegam e, em seguida, no local de destino, ser reconvertido em gás através de um processo de regaseificação.
Curiosamente, o principal componente do gás natural é o metano, mas o GNL também pode conter propano, butano, etano e nitrogénio, bem como outros componentes em quantidades vestigiais.
É importante referir que o GNL é incolor, inodoro, não tóxico e não corrosivo.
E embora a tecnologia possa parecer futurista, o GNL já não é uma novidade – é uma fonte de energia madura e comprovada, utilizada tanto por países como por empresas que procuram diversificar.
Na prática, o GNL permite independência de uma única via de abastecimento, como o gás fornecido por gasodutos tradicionais. Isso significa maior disponibilidade de combustível, melhor segurança energética e capacidade de adaptação às necessidades dos clientes em diferentes regiões.
Mas as vantagens não param por aí. O GNL tem muitas vantagens, tanto financeiras quanto puramente práticas.
Numa altura em que todos os setores enfrentam a necessidade de reduzir as emissões, o GNL está a tornar-se um verdadeiro «game changer». A combustão do gás natural liquefeito emite muito menos dióxido de carbono do que os combustíveis fósseis tradicionais, como o gasóleo ou o fuelóleo. Isto significa ar mais limpo e menor impacto ambiental.
No entanto, não se trata apenas de «ser mais ecológico no papel». O GNL tem um impacto real na qualidade de vida nas cidades, onde a poluição causada pelos transportes é um dos principais problemas. Menos emissões = menos poluição atmosférica. E menos poluição atmosférica significa… pessoas mais saudáveis, é simples.
É por isso que o GNL é hoje considerado uma das fontes de energia mais promissoras para a transição do transporte rodoviário para o desenvolvimento sustentável.
Uma das maiores vantagens do GNL é a sua elevada densidade energética. O que significa isto na prática? Em termos simples, permite percorrer distâncias muito mais longas sem necessidade de abastecimentos frequentes. Os camiões a GNL podem percorrer até 1600 km com um único depósito.
É um excelente resultado, especialmente no transporte de longo curso.
Acrescente-se a isso o facto de que o GNL é armazenado em tanques criogénicos especiais, que mantêm o combustível no estado líquido sob pressão e temperatura adequadas. Isso permite que a energia seja condensada ao máximo e o consumo otimizado.
À primeira vista, «gás a alta pressão a temperaturas extremamente baixas» pode parecer uma receita para o desastre. Mas, paradoxalmente, o GNL é um dos combustíveis mais seguros no transporte.
Em primeiro lugar, o gás natural liquefeito não é explosivo no estado líquido. Para que possa inflamar-se, ele deve primeiro evaporar e misturar-se com o ar em proporções muito precisas. Além disso, o GNL evapora rapidamente e sobe para cima, o que minimiza o risco de formação de poças inflamáveis ou contaminação do solo.
Em segundo lugar, toda a cadeia logística — desde a estação de GNL, passando pelos camiões-cisterna, até aos tanques dos veículos — é projetada para oferecer a máxima segurança. São utilizados sistemas modernos de controlo de temperatura e pressão, e os tanques criogénicos são resistentes a choques e danos.
Não é por acaso que o GNL está a ganhar a confiança das empresas do setor dos transportes, que apostam na fiabilidade e segurança em todas as condições rodoviárias.
Se já teve a oportunidade de estar ao lado de um camião a LNG em funcionamento, provavelmente reparou numa coisa: é surpreendentemente silencioso. Isto porque os motores a gás natural liquefeito geram muito menos ruído do que os seus equivalentes a gasóleo.
Na prática, isso significa que o transporte de GNL é muito menos incómodo em termos acústicos, tanto para os condutores como para os residentes nas zonas próximas das estradas. A menor intensidade do ruído tem um impacto positivo no conforto de condução, mas também na saúde e no bem-estar das pessoas nas cidades e ao longo das vias de comunicação.
Nas cidades que lutam contra o ruído com a mesma intensidade com que lutam contra a poluição atmosférica, os veículos mais silenciosos tornam-se um argumento a favor da introdução do GNL nas frotas municipais e de distribuição.
Cidades em toda a Europa estão a introduzir cada vez mais zonas de transporte limpo (LEZ – Low Emission Zones), onde só podem entrar veículos que cumprem normas rigorosas de emissões de gases e ruído. É aqui que o GNL entra em cena com força – ou melhor, sem ruído.
Graças às baixas emissões de dióxido de carbono, óxidos de azoto e partículas em suspensão, os veículos movidos a gás natural liquefeito muitas vezes se qualificam para benefícios especiais: podem entrar nos centros das cidades, usar faixas de trânsito exclusivas e evitar taxas ambientais adicionais.
Para as empresas de transporte, não é apenas uma questão ecológica, mas também uma vantagem operacional e financeira real. O GNL permite cumprir as normas futuras já hoje, o que significa menos problemas com a regulamentação e mais possibilidades no planeamento de rotas.
Portanto, se procura um transporte sustentável, mas também flexível, o GNL é o seu passaporte para o mundo da logística moderna.
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O GNL já não é um combustível de nicho. Pelo contrário, a sua ampla aplicação faz com que seja cada vez mais referido como o combustível do futuro, que já funciona hoje, aqui e agora.
O gás natural liquefeito é utilizado em muitos setores da economia – desde os transportes, passando pela indústria, até à energia. Porquê? Porque combina eficiência, ecologia e flexibilidade de fornecimento.
Abaixo, analisamos as áreas mais importantes em que o GNL faz a diferença.
É no transporte rodoviário que o GNL está a ganhar mais importância atualmente. Os camiões movidos a GNL estão cada vez mais presentes nas estradas europeias, especialmente no transporte internacional, onde cada quilómetro conta.
Graças à grande capacidade dos tanques, à possibilidade de percorrer mais de 1500 km com um único abastecimento e aos custos operacionais mais baixos, o GNL está a tornar-se um concorrente sério para o gasóleo. Além disso, os motoristas apreciam o baixo nível de ruído e a ausência de odores dos gases de escape, enquanto os proprietários de frotas apreciam a disponibilidade do combustível e o número crescente de estações de GNL na Europa.
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O GNL também está a marcar presença nos mares e oceanos. Cada vez mais embarcações modernas, desde ferries a porta-contentores, estão a ser concebidas ou adaptadas para serem alimentadas a gás natural liquefeito. Porquê?
Porque o GNL reduz significativamente as emissões de substâncias nocivas – e isso é fundamental, especialmente no contexto das regulamentações ambientais globais introduzidas pela Organização Marítima Internacional (IMO). Graças ao GNL, os navios cumprem normas rigorosas sem a necessidade de utilizar sistemas caros de purificação de gases de escape.
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Embora ainda seja uma novidade, o transporte ferroviário movido a GNL está a tornar-se uma alternativa viável para linhas não eletrificadas.
O GNL no setor ferroviário é a resposta à necessidade de um transporte de mercadorias mais sustentável, especialmente em regiões onde a modernização da infraestrutura ferroviária é lenta ou não é rentável.
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No setor industrial, o GNL desempenha um papel não só como combustível, mas também como fonte de energia tecnológica. É utilizado, entre outros, em instalações de produção afastadas da rede de transporte de gás, como alternativa ao óleo combustível ou ao GPL.
É particularmente adequado para indústrias que requerem uma fonte de calor estável e altamente eficiente, como a refinação de petróleo ou a produção de materiais de construção. O GNL não só proporciona uma combustão mais limpa, mas também um maior controlo dos custos energéticos, o que é extremamente importante em tempos de preços instáveis.
O transporte e a entrega de GNL são um processo cuidadosamente planeado que começa no terminal de liquefação e termina… onde é necessário – numa instalação industrial, numa estação de abastecimento de GNL ou num camião-cisterna.
O gás passa por um processo de liquefação e, em seguida, é encaminhado para tanques criogénicos especiais que mantêm a temperatura de -162 °C e a pressão adequada. Em seguida, o GNL é transportado em camiões-cisterna, comboios ou navios, dependendo da distância e das necessidades.
No local de destino, passa por um processo de regaseificação, ou seja, volta ao estado gasoso, ou é utilizado na fase líquida – por exemplo, como combustível para transporte.
A flexibilidade desta logística faz com que o GNL chegue onde os gasodutos tradicionais não chegam.
O GNL em si é apenas o começo. Se realmente quer tirar o máximo proveito de cada rota, a chave é uma boa logística. E isso começa com os dados.
O HOGS é uma ferramenta que permite analisar, planear e otimizar em tempo real as rotas dos veículos a GNL. Graças ao módulo HOGS Maps, pode otimizar os custos com portagens e combustível, bem como procurar lucros e poupanças noutras áreas do transporte rodoviário.
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O GNL, ou gás natural liquefeito, não é uma moda passageira, mas uma tecnologia que está realmente a mudar a face dos transportes e da indústria e a garantir a diversificação do abastecimento na categoria dos combustíveis.
Além disso, o gás natural liquefeito é mais limpo, mais barato, mais silencioso e… simplesmente mais rentável. Graças ao GNL, as empresas podem não só reduzir as emissões e cumprir normas ambientais rigorosas, mas também reduzir significativamente os custos operacionais.
A utilização do GNL está a crescer em força – nas estradas, nos caminhos de ferro, na água e nas instalações industriais. E tudo indica que isto é apenas o começo.
Se quer agir de forma moderna, ecológica e eficiente, o GNL é um passo em direção ao futuro que pode dar hoje mesmo.
Não. O GNL e o GNC são duas formas diferentes de armazenar e transportar gás natural.
O GNL tem maior densidade energética e é mais adequado para longas distâncias. Por isso, o GNL é mais frequentemente utilizado em longas distâncias rodoviárias, ferroviárias ou marítimas. O CNG é mais frequentemente utilizado no transporte local ou nos transportes públicos.
Não, e isso é muito importante.
Embora ambos os combustíveis sejam armazenados no estado líquido, têm propriedades físicas diferentes e aplicações diferentes.